quarta-feira, 21 de março de 2007

O Labirinto do Fauno

Título Original:
"El Labirinto del Fauno" (2006)

Realização:
Guillermo Del Toro

Argumento:
Guillermo Del Toro

Actores:
Ivana Baquero – Ofélia
Sergi López – Capitão Vidal
Ariadna Gil – Carmen Vidal
Maribel Verdú - Mercedes

O Labirinto do Fauno apresenta-se como uma história de fadas com a Espanha franquista por pano de fundo, mas os dois elementos movem-se de tal modo em paralelo que rapidamente se torna um exercício vazio e penoso tentar encontrar pontos de união entre ambos ou significados entre as três provas que são exigidas a Ofélia, a menina protagonista, pelo Fauno do título, e o que se passa no dito mundo real.

Os rebeldes estão escondidos na montanha, enquanto o exército monta arraias em baixo, numa espaçosa casa (estalagem, solar?) com estábulos e um enorme jardim onde há um labirinto. Não nos é explicado se o capitão das tropas tomou a casa para si ou se a usurpou aos seus reais donos, mas a verdade é que tem três cozinheiras e uma governanta, e se comporta como se tudo fosse seu. Trata-se de um sociopata sem emoção, que executa quem lhe dá na real gana apenas porque se atravessa no seu caminho, propositadamente ou por acidente. Decidiu chamar a esposa, grávida de oito meses e com complicações de saúde, e com ela vem Ofélia, filha do primeiro marido, de quem enviuvou, também não se percebe bem se por mão do capitão, que aparentemente já a cobiçava então.

Dreamgirls

Título Original:
"Dreamgirls" (2006)

Realização:
Bill Condon

Argumento:
Bill Condon, adaptado da obra de Tom Eyen

Actores:
Jamie Foxx – Curtis Taylor Jr.
Beyoncé Knowles – Deena Jones
Eddie Murphy – James “Thunder” Early
Jennifer Hudson – Effie White






Drama em formato de musical sobre um trio de cantoras soul que pretende singrar nessa carreira ingrata, com egos e talento em conflito, com a honestidade das vozes e a corrupção da indústria discográfica como pano de fundo.

O realizador escrevera o argumento do musical Chicago, realizado por Rob Marshall, mas a sua carreira como realizador tem tido altos e baixos. O Relatório Kinsey e Gods and Monsters prenderam as atenções e nomeações da Academia, mas a sequela de Candyman não podia ter sido mais ridícula, e era suposto ser um filme de terror (claro que o original de Bernard Rose já não era nada de especial). Os cinco telefilmes que deixou para trás não escreveram História, mas a estreia em 1987 com Sister, Sister teve alguma aclamação índie.

Dreamgirls quer ser tudo num só. Por essa razão, enche-se de pequenos personagens, aos quais dá tempo de antena suficiente para que resistam à planura esperada, e curiosamente nenhum se enforca com a corda que lhe é dada. As jovens cantoras que compõem o trio protagonista têm ideais diferentes, que tentam realizar, o manager tem um pouco de bom e muito de mau, há quem singre e quem se afunde, há ilegalidade, vinganças e traições. Talvez por isso seja um projecto em constante desequilíbrio, tanto mais que, ao fim de uma hora de duração, de repente, os personagens começam a cantar em vez de falarem, artifício não utilizado até então, e a partir daí repetido quando calha. Onde está a unidade narrativa? É comum nos musicais os diálogos serem travados como canções, mas normalmente essa opção é manifestada ao longo de todo o filme, mas aqui parece que só se lembraram de usá-la já as filmagens iam a meio.


@ André Esgaio